28.2.05

Eu não

Você ainda acredita em Oscar?

26.2.05

Um pouco de mau humor

Um carro de som estacionou debaixo DA MINHA ORELHA anunciando: "Atenção, distinta freguesia, acaba de chegar em sua rua o carro do padeiro. Deliciosas bisnaguinhas por apenas um real."

Distinta freguesia é o caralho, ó raios. Não sou freguês, muito menos distinto. Se eu desço aí tu vai ver onde eu enfio essa bisnaga.

***

Voltando do Xing-Ling, onde fui comprar um microfone para poder me comunicar de grátis com a insensível namorada, entro no vagão de metrô e, ó, vê se é implicância minha:

A dona deve ter achado camarão fresco em promoção e resolveu que hoje ia ter bobó pra todos os parentes, vizinhos e agregados. E comprou um pacotaço, a sacola tava realmente cheia. Deve ter pegado fresquinho mesmo, logo que chegou à barraca da feira, por volta das sete da manhã, calculo.

Adentrei o vagão por volta do meio-dia.

***

Novo Projeto de Lei Marcos RS.

É obrigatória a venda de antiácidos em qualquer estabelecimento do ramo alimentício.

- Pois não, senhor?
- Eu quero 1 esfiha de carne, 1 pastel de queijo e 1 coca-cola. Copo só com gelo.
- Antiácido sabor abacaxi acompanha, senhor?

Comida de rua tem a obrigação de distribuir doses gratuitamente.

Lei de âmbito nacional.

***

Que foi, tá lendo o que, porra?

22.2.05

Canta, Tim Maia

I don't know what to do with myself
Baby, since you're be gone
I don't know what to do with myself
I just love you, baby, please come back

Sexto sentido

A cara que ela fazia não deixava dúvidas, estava realmente brava. Eu comia um macdonald's com a molecada, depois do cinema, e fiquei observando a cena na mesa ao lado. Uma mulher bonita, olhos verdes, levemente acima do peso, vestido preto, decote insinuante, sapato de salto agulha, cabelos negros. E brava.

Tava mandando um esporro na pessoa que sentava a seu lado. Gesticulava e fazia uma cara de raiva que, te juro, me faria ter medo, se fosse comigo. Os dedos formando um círculo, como o OK americano (conhecido no Brasil como "no seu cu"), enquanto a mão balançava para baixo e para cima não deixava dúvida que o assunto era sério. Não sei do que se tratava, mas posso garantir que ela estava sendo categórica.

Ao final da refeição (ela devorava um sanduíche de cheddar, como eu) se levantou e, com o olhar fulminante, deixou bem claro que era para a pessoa não seguí-la.

No entanto duas coisas me chamavam a atenção naquela cena: ela falava sem emitir qualquer som e a pessoa que estava tomando o esporro era invisível.

Adoro observar as pessoas.

11.2.05

Motoboy

Oliver,
você precisa ensinar. Não basta mandar o cara fazer, tem que ensinar.

Porque, veja bem, tem que explicar que o celular não fala sozinho com as pessoas. Que é preciso, depois de discar, colocar o telefone na orelha e se comunicar com a pessoa do outro lado da linha.

Aí fiquei eu aqui atendendo umas seis ou sete ligações onde lia-se "Oliver" no visor do telefone. E atendia e não acontecia nada do lado de lá da linha. Aí eu desligava.

Liguei pro Waguinho (você não estava na sala) e ele me explicou que o motoboy devia então ter chegado à portaria, e ele tinha razão, lá estava o cara apertando o botão verde e olhando a vida toda pro aparelho, esperando sabe-se lá o que acontecer.

Aí eu apareci e ele levou um susto.

Você manda o sujeito me procurar, empresta seu celular a ele, diz que assim que chegar ele deve me ligar pra eu descer, mas não explica que ele TEM QUE FALAR comigo, que telefone foi feito pra falar, não só pra ficar olhando e apertando o botão verdinho.

A culpa é sua.

abraços
Marquinhos

3.2.05

Leitura de férias



De cima pra baixo.

On The Road - Jack Kerouac
Responsável por uma das maiores revoluções culturais do século XX - assim informa a contracapa do livro, que é chamado de "a bíblia da geração beat". Muita coisa aconteceu por influência desse livro. Veja o que diz Eduardo Bueno, responsável pela boa tradução dessa edição (segunda impressa no Brasil):
Bob Dylan fugiu de casa depois de ler On the road. Crissie Hynde, dos Pretenders, e Hector Babenco, de Pixote, também. Jim Morrison fundou The Doors. No alvorecer dos anos 90, o livro levou Beck a tornar-se cantor, fundindo rap e poesia beat.

Conta a história de dois malucos que cruzam o país (EUA) através da lendária Rota 66 - Sal Paradise e Dean Moriarty.
Tem dúvidas de que é um clássico (a seu modo)? Tem mais na contracapa:
...um livro que transformaria milhares de cabeças, influenciando definitivamente todos os movimentos de vanguarda, do be bop ao rock, o pop, os hippies, o movimento punk e tudo o mais que sacudiu a arte e o comportamento da juventude na segunda metade do século XX.

Eu havia começado a ler esse livro há uns 10 anos, mas parei por falta de paciência e só agora comprei nova edição. Talvez se tivesse lido inteiro na época, não estaria agora aqui escrevendo isso. ;)

O meu pipi - autor desconhecido (Seu Pipi)
Maravilhoso. Conta as aventuras sexuais de Pipi, personagem criado num blog português (de Portugal) e que fez tanto sucesso que virou livro. Humor escrachado, cínico, sarcástico, agudo, sutil, tudo ao mesmo tempo. Ou seja, coisa fina. No Brasil contou com a tradução de Mario Prata.

Cão come cão - Edward Bunker
Veja o que diz Fabio Danesi Rossi.
Fabio, o primeiro soco no estômago a gente toma logo ao ver o preço, né? ;)

Crônicas selecionadas - Ignácio de Loyola Brandão
Adoro o jeito de escrever desse cara. O problema é que ele insiste em ser nostálgico demais. Dá pra fazer pelo menos uma crônica sem falar do passado, por favor?

Anjos e Demônios - Dan Brown
Primeiro livro a ter o professor Robert Langdon como protagonista. A segunda aventura, você sabe, é o mega-best-seller O Código da Vinci. Nessa história, Langdon se vê numa enrascada dentro do Vaticano e precisa - oh - salvar o mundo. Ou quase isso: precisa salvar a pele de toda a cúpula da igreja católica, a própria cidade do Vaticano e toda a riqueza que lá existe, incluindo aí todas as obras de arte de valor incalculável. O livro tem exatamente os mesmos elementos do seu irmão mais novo: enigmas, polícia, corre-corre, mulher bonita, caça ao vilão etc. Gostei mais desse do que do segundo. O final é menos forçado e a história é mais fácil de engolir.

Caminhos e Escolhas - Abilio Diniz
Puta livro chato. É a quarta vez que tento lê-lo, mas não dá. É auto-ajuda disfarçado de biografia. Puta livro chato.

O Opositor - Luis Fernando Verissimo
Livro do Verissimo é fácil. Texto leve, história bacana, humor fino. É leitura pra relaxar: dá férias a seu cérebro, mas sem te tratar como um imbecil.

64 contos de Rubem Fonseca
É o autor de Feliz Ano Novo e Romance Negro. Precisa explicar?

Ó vida, ó céus...

Experimente passar uma semana ao lado de gente que reclama o tempo todo. Você vai se estressar mais do que aqueles malucos da bolsa de valores. Vai se estressar mais até do que o próprio reclamão.

Aliás, vale até logo aqui no início separar gente estressada de gente que reclama demais. Nem sempre gente que reclama demais é estressada. Gente que reclama demais não precisa de motivo (estresse, por exemplo) para reclamar. Reclama por hábito, por inércia, por falta do que fazer, porque é chata, reclama por reclamar.

Gente assim costuma usar duas palavrinhas o tempo todo. E é aí que eu entraria com uma proposta. Se fosse político, enviaria ao Congresso um projeto de lei propondo a proibição do uso dessas palavras para esse tipo de gente. São elas: absurdo e palhaçada.

Gente que reclama acha tudo um absurdo. Tem fila? É um absurdo! Precisa ficar na fila? É uma palhaçada.

Absurdo perdeu seu significado original. Quando um reclamão diz que "isso é um absurdo", está querendo dizer "eu não concordo com isso", porque, repare, nem sempre o absurdo é de fato absurdo.

Com a proibição, você travaria as reações-padrão dos reclamões logo na raiz.

- Senhora, temos uma espera de 10 minutos.
- É-ah... mas...

Pronto. Impossibilitado de começar seu discurso básico, o reclamão perderia o timing e até conseguir reformular outra frase para começar sua picuinha, já daria tempo de a gente se afastar.

A simples eliminação dessas palavras do vocabulário desse tipo de chatos daria inclusive a eles a chance de rever seus conceitos (termo mais boiola) e, quem sabe, parar com essa mania irritante.

Mas deixa eu parar por aqui, senão daqui a pouco vão dizer que eu tô reclamando muito. Vai que eu fico puto e deixo escapar que essa idéia é um absurdo, uma palhaçada...

Por um mundo melhor - 1

- Enjaular todos os engravatados de camisa azul-royal com gola e pulsos brancos.
(o uso de suspensórios combinando não dá direito a apelação; aos leões direto)

- Proibir "primeira voz" em duplas sertanejas já existentes e não permitir a criação de novas duplas.
(não acabar com todas de repente só pra ver o que aconteceria quando descobrissem que a "segunda voz" não existe, que aquela bosta é só um murmúrio muito do fajuto e desafinado)


update: tirei um item da lista e o transformei em post.

1.2.05

Férias para meus pés

Pés

Adão comanda!

Adão Iturrusgarai

Dindin

Investigações levaram a descobrir que é o gelinho, geladinho, sacolé etc.

Isso na minha terra é crime.