3.2.05

Ó vida, ó céus...

Experimente passar uma semana ao lado de gente que reclama o tempo todo. Você vai se estressar mais do que aqueles malucos da bolsa de valores. Vai se estressar mais até do que o próprio reclamão.

Aliás, vale até logo aqui no início separar gente estressada de gente que reclama demais. Nem sempre gente que reclama demais é estressada. Gente que reclama demais não precisa de motivo (estresse, por exemplo) para reclamar. Reclama por hábito, por inércia, por falta do que fazer, porque é chata, reclama por reclamar.

Gente assim costuma usar duas palavrinhas o tempo todo. E é aí que eu entraria com uma proposta. Se fosse político, enviaria ao Congresso um projeto de lei propondo a proibição do uso dessas palavras para esse tipo de gente. São elas: absurdo e palhaçada.

Gente que reclama acha tudo um absurdo. Tem fila? É um absurdo! Precisa ficar na fila? É uma palhaçada.

Absurdo perdeu seu significado original. Quando um reclamão diz que "isso é um absurdo", está querendo dizer "eu não concordo com isso", porque, repare, nem sempre o absurdo é de fato absurdo.

Com a proibição, você travaria as reações-padrão dos reclamões logo na raiz.

- Senhora, temos uma espera de 10 minutos.
- É-ah... mas...

Pronto. Impossibilitado de começar seu discurso básico, o reclamão perderia o timing e até conseguir reformular outra frase para começar sua picuinha, já daria tempo de a gente se afastar.

A simples eliminação dessas palavras do vocabulário desse tipo de chatos daria inclusive a eles a chance de rever seus conceitos (termo mais boiola) e, quem sabe, parar com essa mania irritante.

Mas deixa eu parar por aqui, senão daqui a pouco vão dizer que eu tô reclamando muito. Vai que eu fico puto e deixo escapar que essa idéia é um absurdo, uma palhaçada...