15.12.04

Abaixo o vale-presente!

Primeiro vamos combinar uma coisa. Quando eu disser amigo secreto, quero dizer amigo oculto ou qualquer outro termo que você use aí na sua região, certo? Bora.

Eu queria saber em que ponto da história o amigo secreto deixou de ser uma brincadeira para virar uma obrigação de dar artigos úteis. Meu palpite é que foi no momento da criação desse tal vale-presente.

"Fulano vai na loja e compra o que achar melhor."

Acho esse negócio de trocar um pedaço de papel uma coisa muito sem graça. O legal do amigo secreto é justamente ter que encontrar um presente que você olhe e pense: "É isso, esse tem a cara do meu amigo!", coisa que um vale-presente não causa. O legal é você descobrir, via bilhetinho, os gostos da pessoa, suas preferências, e achar uma lembrancinha que ela possa olhar daqui a algum tempo e se lembrar de você.

Se eu pegar um vale-presente e comprar meu próprio CD, nunca mais vou me lembrar que aquele disco foi um presente de fulano de tal. Tô dizendo isso porque já aconteceu comigo.

E outra. O presente não tem que necessariamente ser útil. É diversão, oras. O máximo de utilidade que eu espero de um presente assim é que ele me distraia em certos momentos. Um livro ou um CD, por exemplo.

Vale-presente é quase que você abrir a carteira e entregar dinheiro em espécie para outra pessoa. Muito sem graça.

Daqui a pouco vai ter pai dando cheque de presente pros filhos no Natal. E um cartão de crédito pra mulher, claro.