Meu primeiro DIB, como poderia esquecer?

Tem alguns lances engraçados que eu até hoje não te contei, Jampa. Vamos lá:

Peguei o avião cedo, logo após o almoço, afinal queria chegar logo e aproveitar ao máximo cada minuto da "festa", porque eu já sabia que também teria que voltar cedo.

Duas doses de scotch no ar pra já chegar relaxado (as cervejas dos aviões são horríveis), e rapidinho estava no Santos Dumont. Não vou comentar sobre as travecas que vieram piscando e fazendo caras e bocas na poltrona ao lado.

No desembarque pintou um lance engraçado. Logo que a porta automática se abriu, coloquei os óculos escuros sobre a cabeça e procurei algum relógio. Nisso aparece um sujeito do nada e me pergunta: "Vocês é que são do Karametade? Eu sou o motorista." Até hoje eu me arrependo por não ter confirmado e ver no que ia dar. :-D

Vendo que eu dispensei o motorista, um tiozinho apareceu oferecendo táxi: "Mais barato que os do ponto". Com seis ou sete pulgas atrás da orelha, segui o tio até a calçada onde estava a barca do cara: um opalão 80-alguma-coisa, "mas com ar-condicionado". Até aí eu abracei, entrei no bicho e perguntei quanto era. O tio puxou uma tabela feita à mão do bolso e disse que era 60.

"Sessenta paus pra me levar até o Leblon?! Ficou maluco, tio?"

Mas nisso o cidadão já tentava dar partida no opalão, que teimava em não ligar. Aproveitei a situação pra pular fora, alegando que estava com pressa e não podia esperar a vontade do carro dele em funcionar. Eu já estava com a mão na maçaneta quando o tio me dá um puta susto: mete a mão no porta-luvas e saca um ferro de soldar pra consertar alguma coisa da parte elétrica:

"Esse carro sempre me deixa na mão nessas horas..."

Deixei o tio com a cabeça dentro do motor lá na frente do carro e parti pro "táxi comum".

Chegando ao Braca, esperava encontrar uma puta multidão, afinal era o Dia Internacional do Bracarense, oras. Rá, só tinham dois caras no balcão, um já de saída. Procurei nas paredes algum cartaz ou qualquer pista de que estava no lugar certo e no dia certo, mas não achei nada. "Cacete, errei o dia" - pensei. Perguntei pro sujeito do caixa sobre "o evento de hoje" e ele fez cara de interrogação: "Que evento?". Suei frio.

Muita calma nessa hora. "Está cedo, o lance deve começar mais tarde" - disse ao amigo que me acompanhou, já com o cu na mão. "Vamos dar um rolê na praia".

Algumas Skol e bundas depois, voltei ao Braca, onde dois sujeitos engraçados já molhavam o bico com o santo garotinho. Eram Alê Boechat e Alemão.

Daí em diante foi só alegria. Mais gente foi chegando, e as mesas foram se juntando. Mais tarde descobri que o "evento" se restringia a um grupo de amigos, e que mal os funcionários do bar sabiam da sua realização. Mas uma coisa é certa: o DIB é uma das coisas mais legais que existe. :-)

Ano que vem vou de novo.